Aqui revisitaremos a cronologia dos acontecimentos ocorridos no DIA DA LIBERDADE.
Ouviu-se a primeira senha da operação “Fim Regime”. Eram 22 horas e 55 minutos do dia 24 quando os Emissores Associados de Lisboa emitiram Paulo de Carvalho com a música “E Depois do Adeus”.
A senha significava que, até ao momento, nada obstava o avanço da operação em todo o país.
Ver vídeoNo programa “Limite” da Rádio Renascença, Leite de Vasconcelos lançou a segunda e derradeira senha para o início do golpe de Estado: Grândola Vila Morena. A contra-senha era o sinal para avançar com a operação “Fim Regime”. Pela primeira vez os contactos deixariam de ser feitos clandestinamente.
Grândola Vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó Cidade
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto a igualdade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó Cidade
Dentro de ti ó Cidade, oh, oh, oh
Juro em ter a companheira
A sombra de uma azinheira
Que já não sabia a idade
Compositor: José Afonso
Ocupação dos estúdios do Lumiar da RTP pelas Forças Armadas.
A Escola Prática de Administração Militar toma de assalto os estúdios da RTP em Lisboa, um dos pontos estratégicos da operação. A coluna comandada pelo Capitão Teofilo Bento ocupa as instalações e monta o dispositivo de defesa.
Teófilo Bento comunica "Acabamos de ocupar MÓNACO sem incidentes".
O Rádio Clube Português emite o primeiro comunicado do MFA, lido por Joaquim Furtado.
"Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma.
Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária."
A emissora foi conquistada, sem incidentes, perto das três horas da manhã pelo 10.º "Grupo de Comandos" liderado pelo capitão Santos Coelho acompanhado pelo tenente-coronel Sacramento Gomes, majores Costa Neves e Campos Moura, capitães Correia Pombinho, Mendonça de Carvalho, Santos Silva e Santos Ferreira, todos oficiais da Força Aérea.
A coluna ocupa o Terreiro do Paço, local onde se encontram tropas da Polícia Militar a guardar os vários ministérios ali instalados.
Os carros de combate e transporte de tropas da Escola Prática de Cavalaria (EPC) comandada pelo capitão Salgueiro Maia. instalam-se no Terreiro do Paço. Cortando os acessos aos ministérios, Banco de Portugal, Marconi, Câmara Municipal de Lisboa e 1.ª Divisão da PSP.
Imagem: Carro de combate. Fotografia nº : 51 Registo nº : 1067 Ficheiro: opm1067.jpg [www.cd25a.uc.pt]
Os oficiais da Polícia Militar que se encontram no Terreiro do Paço põem-se às ordens do capitão Salgueiro Maia. Por esta hora, sabe-se que Marcelo Caetano, líder do Governo, se encontra refugiado no Comando-Geral da GNR, no largo do Carmo.
Chega ao Terreiro do Paço um pelotão reforçado AML/Chaimite, do Regimento de Cavalaria 7, comandado pelo alferes miliciano David e Silva que, após breve conversa com o capitão Salgueiro Maia, coloca a sua força às ordens do Movimento.
Através da rede rádio é comunicado por "maior de Charlie Oito (Salgueiro Maia)" ao Posto de Comando: “Ocupámos TOLEDO (Terreiro do Paço) e controlamos BRUXELAS e VIENA (Banco de Portugal e Rádio Marconi)".
Uma força da GNR (do Quartel do Carmo) toma posição no Campo das Cebolas. A tentativa é envolver as forças da EPC a partir daquele ponto. Saíram do Carmo 12 Land Rover que desceram até à Praça da Figueira e atingiram o seu objetivo através da Rua da Madalena.
Imagem: O Capitão Salgueiro Maia conversa com outros militares nas proximidades do Terreiro do Paço durante a Revolução dos Cravos PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Os GNR tentam uma penetração até ao Terreiro do Paço, pela Rua da Alfândega, mas, após um breve diálogo com Salgueiro Maia, o comandante da força é convencido a abandonar o local, pois a disparidade de meios não lhe dará qualquer hipótese.
Também uma força da PSP chega ao Terreiro do Paço, vinda de Santa Apolónia. Chegadas ao local decidem não entrar em confronto com as tropas de Salgueiro Maia.
Os ministros da Defesa, da Informação e Turismo, do Exército, da Marinha, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o governador militar de Lisboa, o subsecretário de Estado do Exército e o almirante Henrique Tenreiro fogem pelas traseiras do Ministério do Exército, mandando abrir um buraco na parede, que dá para a biblioteca do ministério da Marinha. Entram numa viatura protegidos por um dos M47. A carrinha leva-os para o Regimento de Lanceiros 2, onde instalam o Posto de Comando das tropas leais ao Governo.
A Fragata “Almirante Gago Coutinho” é deslocada para o Tejo, em frente às forças de Salgueiro Maia instaladas no Terreiro do Paço.
Imagem: O Capitão Salgueiro Maia conversa com outros militares nas proximidades do Terreiro do Paço durante a Revolução dos Cravos PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Chega ao Terreiro do Paço uma força liderada por Junqueira dos Reis, 2.º comandante da Região Militar de Lisboa, constituída por 4 carros de combate M47, uma companhia de atiradores do Regimento de Infantaria 1 e alguns pelotões de Polícia Militar.
Dois dos carros de combate, comandados por Pato Anselmo, colocam-se na Ribeira das Naus, os outros dois, comandados por Romeiras Júnior, posicionam-se na Rua do Arsenal em frente das forças de Salgueiro Maia.
Na Ribeira das Naus apela-se às forças do regime para aderirem à revolta.
O major Pato Anselmo rende-se e os dois carros de combate na Ribeira das Naus e as tropas que os acompanham passam para o lado das forças do MF. Estão agora sob o comando de Salgueiro Maia.
Imagem: Alfredo Cunha / LUSA PRT Lisboa LUSA © 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Militares vigiam uma rua da baixa de Lisboa durante a revolução do 25 de Abril que depôs o regime do estado novo em 1974.
Imagem: PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. FOTO: ALFREDO CUNHA / FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES
O Capitão Salgueiro Maia no interior de um blindado durante a Revolução dos Cravos
Pelas 11h00, na rua do Arsenal, vivem-se momentos de maior tensão entre as forças do regime e os revoltosos. Após várias tentativas de negociação e de ameaças de fogo por parte das tropas do regime, o seu comandante, Junqueira dos Reis, incapaz de obrigar os seus homens a disparar com os carros de combate que não aderiram ao MFA, fica no local sem tomar, por agora, nenhuma iniciativa.
Imagem: Fotografia nº : 21 Registo nº : 1037 [www.cd25a.uc.pt]
Instantâneo do Movimento Militar obtido em Lisboa.
Imagem: [www.cd25a.uc.pt]
Tropas e tanques dos soldados de Abril, 25 de Abril de 1974, no largo do Carmo, Lisboa. Reconhece-se Salgueiro Maia, a esquerda.
Salgueiro Maia recebe ordens do posto de comando para avançar e desloca-se com a coluna da EPC para o largo do Carmo. No Quartel do Carmo encontra-se o presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano, o ministro dos Negócios Estrangeiros e o Ministro da Informação e Turismo.
As restantes unidades, sob o comando de Jaime Neves, irão sitiar o quartel general da Legião Portuguesa que se rende sem grande resistência.
Envolvida por uma enorme multidão a coluna militar da EPC sobe o chiado pela rua do Carmo. Pelas 12h30, o capitão Salgueiro Maia e os seus homens cercam o quartel do Carmo
O posto de comando solicita a Salgueiro Maia que derrube a portas de armas com um dos seus blindados ou que abra fogo de metralhadora para o abrir. O objetivo era apressar a rendição de Marcelo Caetano.
A população, ali presente, toma a iniciativa de distribuir comida, leite e cigarros pelos militares que se encontram no largo do Carmo.
Imagem: Multidão no largo do Carmo, Lisboa, no dia 25 de Abril de 1974. [www.cd25a.uc.pt]
É dado o primeiro ultimato aos ocupantes do Quartel do Carmo pelo capitão Salgueiro Maia, através de megafone, informando que têm até às 14h00 para se renderem.
Pelas 13h00, o brigadeiro Junqueira dos Reis volta ao ataque. Agora, não só com um dos carros de combate, mas também com efetivos da GNR, Polícia de Choque e uma companhia do regimento de Infantaria 1 tentando o envolvimento às forças do Capitão Salgueiro Maia, no Carmo.
Um helicanhão sobrevoa o Largo do Carmo, causando ansiedade entre militares e civis.
Imagem: Soldados portugueses durante a Revolução dos Cravos | PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
A Companhia do Regimento de Infantaria 1, das forças de Junqueira dos Reis, passa para o lado de Salgueiro Maia pondo as armas em bandoleira. As restantes tropas de Junqueira dos Reis são cercadas pelo esquadrão do Regimento de Cavalaria de Estremoz.
Imagem: Dois militares vigiam as ruas durante a Revolução dos Cravos PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
No Largo do Carmo, em frente ao quartel do Comando Geral da GNR, Salgueiro Maia solicita a rendição de Marcelo Caetano. O Capitão informa os ocupantes do Quartel do Carmo que têm 10 minutos para se renderem, caso contrário mandará abrir fogo.
Salgueiro Maia dá ordens ao tenente Santos Silva para ser feita uma rajada da torre da autometralhadora Chaimite “Bula”. Pelas 15h45 abre-se o portão do Quartel do Carmo e sai do quartel o major Belico Velasco para falar com o capitão Salgueiro Maia.
Imagem: Soldados de Abril a entrar no quartel do Carmo, em Lisboa, no dia 25 de Abril de 1974, no largo do Carmo, Lisboa. Reconhece-se Salgueiro Maia de costas, no centro. [www.cd25a.uc.pt]
O povo que, desde o início, acompanhava os acontecimentos enche completamente o largo do Carmo apoiando o Movimento das Forças Armadas.
Imagem: Crianças e militares confraternizam. Fotografia nº : 25 Registo nº : 1041 [www.cd25a.uc.pt]
O coronel Abrantes da Silva, a pedido de Salgueiro Maia, entra no Quartel do Carmo para dialogar com os ocupantes.
Salgueiro Maia dá ordens para que os seus homens se instalem no cimo das varandas do edifício da Companhia de Seguros Império e fazer fogo sobre a frontaria do Carmo. Agora com armas automáticas G-3.
Imagem: Multidão sobre as carrinhas militares, no dia 25 de Abril de 1974, no largo do Carmo, Lisboa.[www.cd25a.uc.pt/]
O comandante da força da EPC, na ausência de resposta dos ocupantes do Quartel do Carmo, ordena a colocação de um blindado em posição de tiro.
É interrompido pelo tenente Alfredo Assunção que conduz 2 civis até junto dele: o Diretor dos Serviços de Informação da Secretaria de Estado da Informação e Turismo e o Secretário do Secretário de Estado da Informação e Turismo que se dizem portadores de uma mensagem do general Spínola para Marcelo Caetano.
Salgueiro Maia autoriza a entrada dos mensageiros para dialogarem com Marcelo Caetano. Os 2 mensageiros saem do quartel e deslocam-se no jipe do capitão Salgueiro Maia para casa do General António de Spínola. Nunca ali chegariam, uma vez que Spínola já se encontrava a caminho do Carmo.
Salgueiro Maia entra no Quartel do carmo. Marcelo Caetano informa-o de que aceita abandonar o poder e pede que a respetiva transmissão seja feita a um oficial-general – a Spínola.
Imagem: Negociações para a entrega de poderes do Governo de Marcello Caetano aos dirigentes do Movimento do 25 de Abril. 25/04/74 Fotografia nº : 17 Registo nº : 1033 Ficheiro: opm1033.jpg [www.cd25a.uc.pt]
Imagem: Multidão e os soldados de Abril, no dia 25 de Abril de 1974, no largo do Carmo, Lisboa. [www.cd25a.uc.pt]
Imagem: Populares no Largo do Carmo defronte ao quartel da GNR onde se refugiou o Presidente do Conselho durante a revolução dos Cravos PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
A multidão presente no Largo do Carmo canta o hino nacional enquanto Salgueiro Maia sai do Quartel do Carmo. O general António Spínola é mandatado pelo Movimento a ir ao Carmo receber o poder de Marcelo Caetano.
Imagem: Populares em festa num carro de combate. Fotografia nº : 48 Registo nº : 1064 [www.cd25a.uc.pt]
O general António de Spínola chega ao largo do Carmo para aceitar a rendição de Marcelo Caetano. Após longos minutos envolvido pela multidão, o Peugeot de Spínola consegue chegar junto da porta de armas do quartel.
António Spínola entra no Quartel para dialogar com Marcelo Caetano.
Spínola encontra-se a sós com Marcelo Caetano e informa-o dos procedimentos que serão adotados para a sua retirada do local e posterior evacuação.
Enquanto isso Salgueiro Maia pede, através de um megafone, que a população abandone o largo do Carmo – de forma a promover a saída em segurança do presidente do conselho de ministros e os seus ministros. O apelo é completamente ignorado.
São vários os apelos que se seguem.
Os soldados fazem um cordão para que seja possível retirar Marcelo Caetano do interior do quartel.
Imagem: Instantâneo do Movimento Militar obtido em Lisboa. 27/04/74 - Rua da Trindade Fotografia nº : 61 Registo nº : 1073 [www.cd25a.uc.pt]
Imagem: Aspecto dos militares no Largo do Carmo defronte ao Quartel da GNR durante a Revolução dos Cravos PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Marcelo Caetano e os ministros Rui Patrício e Moreira Baptista são retirados do Largo do Carmo na chaimite “Bula” e transportados para o quartel da Pontinha.
Pelas 19h30, Salgueiro Maia levanta cerco ao Qualquer do Carmo. No local ficam apenas as forças do regimento de infantaria 1, a que se junta depois um esquadrão de blindados.
O transporte de Marcelo Caetano na chaimite é atrasado e dificultado pelas multidões que saem à rua.
Imagem: Na Rua da Trindade. Fotografia nº : 54 Registo nº : 1070 Ficheiro: opm1070.jpg [www.cd25a.uc.pt]
O Rádio Clube Português emite a proclamação do MFA.
“…o Movimento das Forças Armadas, que acaba de cumprir com êxito a mais importante das missões cívicas dos últimos anos da nossa História, proclama à Nação a sua intenção de levar a cabo, até à sua completa realização, um programa de salvação do País e da restituição ao Povo Português das liberdades cívicas de que vem sendo privado.”
Imagem: Soldados lêem as primeiras notícias sobre o Golpe publicadas pelo Jornal "Diário de Notícias". Fotografia nº : 19 Registo nº : 1035 [www.cd25a.uc.pt]
Imagem: Corpo de Fuzileiros ocupa a sede da Pide - DGS durante a Revolução dos Cravos PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
Na rua António Maria Cardoso, na sede da PIDE, elementos da polícia política resistem aos militares do MFA e abrem fogo. Só na manhã do dia seguinte será controlada a situação com a rendição incondicional da PIDE.
No dia seguinte as forças de Salgueiro Maia fazem escolta à recolha dos arquivos da PIDE.
Imagem: Aspecto da sala do Director Geral da Pide - DGS onde foram queimados varios documentos durante a Revolução dos Cravos PRT LISBOA LUSA © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
“Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas. Segundo comunicação telefónica aqui recebida cerca das 20.30, ter-se-iam verificado incidentes na Rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da D. G. S.
No decorrer desses incidentes, foram feridas algumas pessoas, encontrando-se já no local assistência médica. Aguarda-se a todo o momento a intervenção das Forças Armadas. Estes incidentes vêm mais uma vez confirmar a necessidade de a população civil cumprir o pedido formulado pelo M. F. A., recolhendo às suas residências e mantendo a calma.
Para conhecimento de toda a população informa-se que se encontram sanados os incidentes ocorridos com a Polícia de Segurança Publica e que, a partir deste momento, ela aderiu totalmente ao movimento. Assim com a finalidade de manter a ordem e salvaguardar as vidas e os bens, pede-se a todos que aceitem, obediente e prontamente, quaisquer indicações que lhes sejam transmitidas por elementos daquela corporação ou da Polícia Militar. Igualmente deverão ser obedecidos os agentes das Brigadas de Trânsito. Torna-se indispensável que a população continue a manifestar a sua compreensão e civismo. E a melhor forma de o fazer no momento é manter-se calmamente nas suas residências.”
As forças da EPC partem para os estúdios da RTP, escoltando a Junta de Salvação Nacional. Já perto da uma da manhã, a Junta de Salvação Nacional faz a primeira declaração ao país na RTP. Terminava assim o dia que ficou conhecido por todos como o da “Revolução dos Cravos”.
Aos estúdios do Lumiar chegaram António de Spínola, Francisco da Costa Gomes e Silvério Marques, do Exército; Pinheiro de Azevedo e Rosa Coutinho, da Armada e Galvão de Melo da Força Aérea. O general Diogo Neto, também da Força Aérea, fazia parte deste organismo, mas esteve ausente da emissão.
Na leitura do comunicado, feito pelo general António de Spínola, é assegurado – entre outras medidas – a realização de eleições livres e democráticas, o respeito pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos.
A Junta de Salvação Nacional teve vários membros ao longo da sua curta existência, vivendo ao sabor dos diferentes momentos deste período revolucionário. Foi extinta em março de 1975 e substituída pelo Conselho da Revolução.